segunda-feira, 10 de junho de 2013

Fakelaki


Todos os dias ouvimos falar na Grécia, mas poucos ouviram falar do fakelaki!
Fakelaki é o termo grego para pequeno envelope! Não será, obviamente a única explicação para a situação actual do povo grego mas ajuda a perceber muita coisa.


A fakelaki é corrupção institucionalizada, são subornos. Cada família grega paga em média 1.500,00 euros por ano em fakelaki : é dinheiro pago por baixo da mesa para passar numa inspecção automóvel, para avançar numa lista de espera para uma operação num hospital do estado, entre outros. Existe até uma tabela padronizada para os subornos. Por exemplo, o preço de uma inspecção de cartas das emissões do escape de um veículo é um fakelaki contendo 300 euros, para o nascimento de uma criança no sector público são 1.000,00 euros.


Para os gregos o pagamento de impostos era algo a evitar a todos o custo, os planos de fuga ao fisco constantes, considerados meritórios e socialmente aceites. Estima-se que representa um terço de rendimentos não sujeitos a impostos.


Segundo os últimos dados divulgados, o volume global dos fakelaki estará em queda, dos 787 milhões de euros em 2009 para um valor estimado actual de 420 milhões. A justificar esta redução estará uma maior maturidade dos cidadãos, a informatização em curso da máquina fiscal e, o decréscimo dos rendimentos.


Será um problema exclusivo da Grécia? Infelizmente não. Um relatório de 2012 da organização Transparência Internacional (TI) aponta a corrupção e a ineficácia dos sistemas públicos na Grécia, na Espanha, na Itália e em Portugal, como factores que contribuíram para a crise fiscal que estes países enfrentam. Para a TI, a crise "deveria servir como um alerta para que os países europeus reformem seus sistemas políticos de maneira que a corrupção e a má administração possam ser seriamente tratadas".

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